Desde que a criação de cães se tornou sistemática, a
transformação dos cães em especialistas numa determinada tarefa sempre foi uma
meta a ser atingida. A seleção de cães até meados do século passado sempre teve
como propósito o emprego do cão: pastores, guardas, caçadores dos mais diversos
tipos, farejadores e o nosso grupo alvo: os cães de combate.
Sua origem é incerta, composta de fragmentos que dão
margem a muita imaginação na montagem deste quebra-cabeças.
Alguns teóricos apontam esta origem para o Tibete e
Nepal, como descendentes diretos do lobo preto tibetano. Esta teoria é baseada
em literatura chinesa de 1121 A.C., bem como em cerâmicas, murais etc e prega
que esses cães são a base de todos os molossos, expandindo-se gradualmente para
outras regiões.
Outros pregam que regiões menos desenvolvidas
culturalmente possam também ter desenvolvido raças similares, porém não houve
registro. Migrações, rotas comerciais, campanhas militares etc teriam então
difundido tais cães. Tal teoria é suportada por escavações que encontraram
crânios de lobos de proporções similares aos dos atuais molossos por todo o
Velho Mundo.
CÃES DE GUERRA
Seja qual for sua origem, registros de sua atuação nos
campos de batalha não faltam:
- Hamurabi, rei da Babilônia, já empregava cães
gigantescos com seus guerreiros em 2100 A.C.
- Os Lídios, tribo asiática, utilizaram um batalhão de
cães em suas guerras contra os Kimérios (628 – 571 A.C.)
- Os persas do Rei Kambyses também os utilizaram contra
os egípcios em 525 A.C.
- Na batalha de Maratona, um cão de guerra ateniense foi
imortalizado como herói em um mural
A partir de cerca do ano 100 D.C., os romanos passaram a
adotar uma companhia de cães por legião. Anos antes, durante a invasão da
Inglaterra, os mastiffs ingleses se mostraram muito superiores aos cães
romanos, sendo trazidos para Roma e utilizados em lutas no Coliseu.
Em tempos mais recentes, os espanhóis os utilizaram no
México para dizimar os povos locais; o Conde de Essex, no reinado de Elizabeth
I, também lançou mão deles para sufocar, de forma sangrenta, um levante
irlandês; Napoleão determinou que fossem utilizados na batalha de Aboukir.
Nas guerras deste século, os cães também foram largamente
utilizados, porém não mais diretamente no combate e sim como mensageiros,
guardas, detetores de minas etc. O emprego dos grandes molossos tinha acabado.
Encerrou-se, então, uma era em que a coragem e a devoção
do cão a seu master foi testada como nunca. E foi comprovada na mais cruel das
situações, onde coragem e bravura são requisitos para a sobrevivência:
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