terça-feira, 19 de março de 2013

ONDE TUDO COMEÇOU: OS MOLOSSOS



Desde que a criação de cães se tornou sistemática, a transformação dos cães em especialistas numa determinada tarefa sempre foi uma meta a ser atingida. A seleção de cães até meados do século passado sempre teve como propósito o emprego do cão: pastores, guardas, caçadores dos mais diversos tipos, farejadores e o nosso grupo alvo: os cães de combate.
Sua origem é incerta, composta de fragmentos que dão margem a muita imaginação na montagem deste quebra-cabeças.
Alguns teóricos apontam esta origem para o Tibete e Nepal, como descendentes diretos do lobo preto tibetano. Esta teoria é baseada em literatura chinesa de 1121 A.C., bem como em cerâmicas, murais etc e prega que esses cães são a base de todos os molossos, expandindo-se gradualmente para outras regiões.
Outros pregam que regiões menos desenvolvidas culturalmente possam também ter desenvolvido raças similares, porém não houve registro. Migrações, rotas comerciais, campanhas militares etc teriam então difundido tais cães. Tal teoria é suportada por escavações que encontraram crânios de lobos de proporções similares aos dos atuais molossos por todo o Velho Mundo.

CÃES DE GUERRA

Seja qual for sua origem, registros de sua atuação nos campos de batalha não faltam:
- Hamurabi, rei da Babilônia, já empregava cães gigantescos com seus guerreiros em 2100 A.C.
- Os Lídios, tribo asiática, utilizaram um batalhão de cães em suas guerras contra os Kimérios (628 – 571 A.C.)
- Os persas do Rei Kambyses também os utilizaram contra os egípcios em 525 A.C.
- Na batalha de Maratona, um cão de guerra ateniense foi imortalizado como herói em um mural

Pit Bull


A partir de cerca do ano 100 D.C., os romanos passaram a adotar uma companhia de cães por legião. Anos antes, durante a invasão da Inglaterra, os mastiffs ingleses se mostraram muito superiores aos cães romanos, sendo trazidos para Roma e utilizados em lutas no Coliseu.
Em tempos mais recentes, os espanhóis os utilizaram no México para dizimar os povos locais; o Conde de Essex, no reinado de Elizabeth I, também lançou mão deles para sufocar, de forma sangrenta, um levante irlandês; Napoleão determinou que fossem utilizados na batalha de Aboukir.
Nas guerras deste século, os cães também foram largamente utilizados, porém não mais diretamente no combate e sim como mensageiros, guardas, detetores de minas etc. O emprego dos grandes molossos tinha acabado.
Encerrou-se, então, uma era em que a coragem e a devoção do cão a seu master foi testada como nunca. E foi comprovada na mais cruel das situações, onde coragem e bravura são requisitos para a sobrevivência:


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