quarta-feira, 20 de março de 2013

A CHEGADA NA AMÉRICA


Como visto, os ancestrais imediatos do Pit Bull foram os pit fighting dogs importados da Irlanda e Inglaterra a partir de meados do século XIX.
Na América, a raça começou a divergir ligeiramente do que estava sendo produzido naqueles países de origem. Os cães não foram utilizados apenas para rinhas, mas também como catch dogs – presa de gado e porcos desgarrados – e como guardas da propriedade e da família. Daí começaram a ser selecionados cães de maior porte, mas esse ganho de peso não foi muito significativo até cerca de 20 anos atrás.

Pit Bull

Os cães irlandeses, os famosos Old Family Dogs, raramente pesavam acima de 12kg e cães de 7kg não eram raros. O anteriormente citado LLoyd’s Pilot pesava 12kg. No início do século, eram raros os cães acima de 23kg. De 1900 a 1975, houve um aumento pequeno e gradual no peso do Pit Bull, sem que houvesse perda de performance no pit.
Nas mãos dos criadores americanos, o Pit Bull se popularizou a ponto de ser símbolo dos Estados Unidos na 1ª Guerra Mundial. Homens como Louis Colby, cuja família mantém até hoje uma tradição de 109 anos, C.Z. Bennet, fundador do United Kennel Club (UKC) e Guy McCord, fundador da American Dog Breeders Association (ADBA), foram fundamentais na consolidação da raça.
Sua popularidade atingiu o auge na década de 30, quando o seriado infantil Little Rascals era estrelado por Pete, um Pit Bull: era o cachorro favorito de 10 entre 10 crianças americanas. Esta projeção levou finalmente o American Kennel Club (AKC), após anos de pressão a reconhecer o Pit Bull com o nome de staffordshire terrier, para diferenciá-lo dos cães voltados para rinhas. Este cão é hoje o american staffordshire terrier, tendo o "american" sido acrescido ao nome original em 1972 para evitar confusão com o staffordshire bull terrier.

Pit Bull

Mas agora, quando a vasta maioria dos APBT não é mais selecionada para a performance tradicional no pit (compreensível, já que o processo seletivo em si – o combate – é crime), o axioma americano "bigger is better" passou a valer para vários neófitos que se tornaram criadores, aproveitando a popularidade da raça nos anos 80.
Isto resultou num aumento vertiginoso no tamanho médio do Pit Bull, muitas vezes de forma desonesta, pelo cruzamento com raças como mastiff, mastim napolitano e dogue de bordeaux. Alguns autores, como Diane Jessup, sustentam que o american Bulldog nada mais é do que a fixação de linhagens maiores de Pit Bull.
Outra modificação, esta menos visível, que vem sendo introduzida desde o século XIX são os estilos de luta geneticamente programados (tais como especialistas em orelhas, patas e focinho), função do nível de competitividade que as lutas atingiram.
A despeito de tais modificações, a raça tem mantido uma notável continuidade por cerca de 150 anos. Pinturas e fotos do século passado mostram cães idênticos aos dos dias de hoje. Embora pequenas diferenças possam existir entre algumas linhagens, no geral temos uma raça que, ao contrário de muitas outras ditas "reconhecidas", está consolidada há mais de um século.


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